País nenhum abandonou direito de explorar recursos naturais, diz ex-ANP


O ex-diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e professor do Instituto de Energia da PUCRio, David Zylbersztajn, afirmou, em entrevista ao WW, da CNN, que o Brasil não pode abrir mão de explorar seus recursos naturais, destacando que nenhum país historicamente abandonou esse direito, mesmo em meio às discussões sobre transição energética.

“Historicamente, não existe nenhum país que tenha abandonado o seu direito de explorar recursos naturais”, disse Zylbersztajn.

Discussão surge após a concessão da licença ambiental que autoriza a Petrobras a perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, localizada no Amapá. A área integra a Margem Equatorial Brasileira (MEB) e foi liberada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nesta segunda-feira (20), encerrando anos de impasse e marca um passo decisivo na exploração da nova fronteira petrolífera.

“Existe um discurso de que o mundo está abandonando o petróleo, e isso não é verdade”, ressaltou o ex-diretor da ANP. Ele enfatizou que, apesar do debate sobre o abandono do petróleo, a realidade mostra o contrário. Os Estados Unidos, maior produtor mundial, têm registrado recordes históricos de produção, assim como países como Noruega e Reino Unido.

“Há um consenso sobre a questão do impacto dos combustíveis fósseis”, explica Zylbersztajn, reforçando que a realidade mostra um crescimento na produção de energia.

Dependência global de combustíveis fósseis

O especialista apresentou dados que mostram que o mundo ainda depende 80% de combustíveis fósseis, uma redução modesta em comparação aos 85% registrados há 35 anos. Mesmo nas projeções mais conservadoras para 2050, essa dependência não deve cair abaixo de 50%.

Zylbersztajn ressaltou a posição privilegiada do Brasil no cenário energético global. Enquanto o mundo mantém uma dependência de 80% em combustíveis fósseis, o Brasil apresenta um índice próximo a 50%, demonstrando um avanço significativo em fontes renováveis de energia.

Para contextualizar sua argumentação, ele citou o exemplo da Noruega, que mesmo priorizando carros elétricos em seu território, mantém uma robusta produção de petróleo, gerando receitas próximas a US$ 150 bilhões. Segundo ele, o Brasil não pode deixar de gerar recursos a partir de suas riquezas naturais, especialmente considerando o potencial benefício para regiões menos desenvolvidas do país.

Fonte das informações: CNNBRASIL

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